No inquérito do caso Furnas, o senador Aécio Neves (PSDB/MG) contou com um aliado inesperado: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu rival político desde sempre. Em depoimento à Polícia Federal, Lula declarou que “Aécio Neves não pediu nenhum cargo em nenhum de seus mandatos (2003/2010)”. O ex-presidente depôs no dia 28 de junho. Suas informações tiveram peso importante na conclusão do delegado federal Alex Levi, que inocentou o tucano no inquérito Furnas. No depoimento está escrito que Lula não acreditava que “Aécio Neves possa ter pedido qualquer cargo a algum de seus ministros em seus governos e se pediram nunca deram ciência ao declarante sobre este pleito.” O inquérito Furnas tinha como ponto de partida os depoimentos de três delatores, o doleiro Alberto Youssef, o ex-senador Delcídio Amaral (ex-PT/MS) e o lobista Fernando Moura.
Davam conta de que o elo de supostas propinas para Aécio em Furnas seria um antigo amigo do tucano, Dimas Fabiano Toledo. Mas todos os delatores foram “vagos”, segundo a PF, disseram que “ouviram dizer”. Lula disse que “durante a transição de seu primeiro governo não sabia quem era Dimas Fabiano Toledo; Que, não sabe quem teria solicitado a continuidade de Dimas Fabiano Toledo à frente de uma diretoria de Furnas, não sabendo, inclusive, se alguém pediu para que o mesmo continuasse ocupando este cargo; Que, não saberia dizer o que teria motivado a permanência de Dimas Fabiano Toledo à frente da diretoria de Engenharia de Furnas.” O ex-presidente relatou que no inicio de seu primeiro mandato “manteve com Aécio Neves, à época governador eleito de Minas Gerais, apenas uma relação institucional, de respeito ao chefe de um ente federativo, mesmo tipo de relacionamento que manteve com governadores eleitos de outros partidos, independente se de partidos que davam sustentação a seu governo ou se eram de oposição”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário