Imagem: Lapis/Ufal/Divulgação |
Segundo o meteorologista e coordenador do Lapis (Laboratório de Processamento de Imagens de Satélite) da Ufal (Universidade Federal de Alagoas), Humberto Barbosa, isso pode gerar uma camada de gelo nas asas —tese que está sendo usada para explicar a perda de sustentação e queda da aeronave.
À pedido da coluna, ele analisou os dados climáticos e imagens de satélite do momento em que o voo cruzava os céus de Paraná e de São Paulo.
Ele afirma que a condição climática do momento era rara, com a influência intensa de dois fatores: uma nuvem de fumaça gigante vinda das queimadas da Amazônia e a frente fria que atinge o centro-sul do país desde a quarta-feira.
"O avião estava sujeito a condições meteorológicas que incluíam uma corrente de ar fria se deslocando e uma nuvem de partículas de poluição. Isso gerou uma instabilidade atmosférica, que se reflete no padrão das nuvens. Toda a região estava em um caos", afirma.
Barbosa explica que a frente fria não causou tempestades, o que pode ter feito com que o piloto não percebesse os problemas climáticos e desviasse a rota. "Ele não teria como ele ver porque não tinha tempestade, mas havia uma temperatura do ar muito baixa", afirma.
As imagens de satélite, diz, também não apontam formações de gelo na atmosfera naquele horário, mas isso não impede que ele se forme. "Havia uma umidade muito fria", diz.
"A água supercongelada tem como característica ter ponto de congelamento mais baixo. À medida que impurezas do ar foram se misturando e alteram as propriedades físicas dela, isso pode baixar ainda mais. Como ela segue líquida, o avião fica mais úmido e isso facilita formar gelo."
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